quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Faz de conta que é da minha conta

 O brilho da chuva no asfalto molhado, o sol ali sem graça recolhido na sua humildade de fazer a terra melhor,agasalhos muitos agasalhos,guarda-chuvas de todas as estampas, o vento frio, mas tão aconchegante,mãos tremulas de fome,  corpo agitato, o ponteiro do relógio que corria mais que de costume, formiguinhas que caminhavam com os seus guarda-chuvas todos peças da mesma engrenagem, na parada do ônibus os pés agitados, em fim, chegou a sua carruagem, ou o ônibus, como preferirem, o cavalheiro que a conduzia não era de um todo um cavalheiro, deu-lhe algo em troca, ou simplesmente pagou a passagem e seguiu rumo aos destino, inúmeras paradas e só que via entrar eram mais peças da engrenagem.
As mãos ainda mais tremulas como se não bastasse a fome agora o que sentia era frio, não poderia ser diferente,aquele ambiente era sem duvida frio, os olhares não se cruzam, ninguém ali é notado, pelo menos não até agora
 -mais uma parada, mais formiguinhas atormentadas.
 disse madalena ao olhar pra frente, mas foi diferente, o sol ainda recolhido resolveu emprestar-lhe um pouco de calor, as mãos ainda tremiam mas não de fome, eram como espasmos de um corpo cheio de prazer, entrara ali, um príncipe Oh e que príncipe, tão lindo que por um momento acreditou que era uma pintura, ou a cena de um daqueles filmes que assistira a pouco, ele se fez notar, então, os olhares se cruzaram , 3 segundos de puro sol, mas, cada um tomou o seu lugar.
O cheiro dele a invadia, os cabelos, ai os cabelos.  Por um momento ela quis ouvir a musica que tocava na cabeça do príncipe, tomou para si as suas musicas, e tentou imaginar qual ouviriam juntos, ficou ali, admirando o presente que o sol acabara de lhe dar, a janela da carruagem ainda embaçada pela chuva deixou escapar um faixo de luz que batia exatamente na nuca e na orelha do jovem príncipe de camisa xadrez, ficou ali hipnotizada com tamanha beleza, não a beleza comum, ninguém o tinha notado se não madalena. Ela nunca o teria notado se ele não tivesse chegado tão cheio de sol.
Mas, também ninguém ali notaria o sol, se quer ao menos perceberam a chuva, viam apenas ponteiros que corriam, mas ela não, ela o viu, e ele também viu madalena.
Mas o ponteiro cruel ainda corria, as formiguinhas ainda seguiam seu destino, madalena é que esquecera o seu por eternos 5 minutos, impacientes, irritantes, feios e frios era assim ela via o resto quando desviava o olhar do príncipe sol,um barulho ensurdecedor a traz de volta do seu faz de contas, era a busina de um carro, que a fez perceber que teria que saltar de sua carruagem no próximo ponto, então, madalena olha mais uma vez para o sol, e segue seu destino.
seja lá quem for você, eu fiz pra você.

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